Boas vis(i)tas

Tem sido um período de estudo e de visitas. Todavia, por difícil que tenha sido conciliar ambas as vertentes, tem valido mesmo a pena. Tive a sorte de ter um excelente estágio de Oftalmologia, com um professor que sabe imenso e jamais se recusa a explicar e uma interna simplesmente apaixonada pela especialidade que escolheu. Gostei como nunca pensei gostar, fiquei a saber que tenho uma acuidade visual de 100%, e aparentemente até tenho algum jeito para lidar com aquela parafernália toda. E sabe tão bem regressar a casa para ver caras e sorrisos familiares...


As primeiras visitas foram os priminhos João e Filipa. A relação que temos uns com os outros sempre teve o dom de ultrapassar os muitos quilómetros que em tempos nos separavam em Portugal e, actualmente, é um porto de abrigo quando parece que tudo o resto falha. Costuma dizer-se que os amigos são a família que se escolhe, mas, se até a família pudesse escolher, claramente faria muito pior selecção porque é difícil acertar tantas vezes no centro do alvo.




A impressão que por cá ficou foi que eles são, respectivamente, a minha versão masculina e igualmente feminina mas menos agressiva. E novamente o verdadeiro calor português foi espalhado pelas caves onde esta gente insiste em instalar os bares, pelos restaurantes checos onde o pedido de pato assado é semelhante ao de sopa de batata, e pelas exposições de apontadores de Torah que abundam no Bairro Judeu. Claro que aqueles dois não se foram embora sem deixar a sua peculiar assinatura: post-its com apontamentos "sábios" acerca do sentido da vida colados em todas as coordenadas da metade do meu pequeno quartinho.


Uma semana depois recebi o Cascão durante 48 horas. Posso garantir que todos os minutos foram esprimidinhos, mas a cidade ficou toda vista! Confesso que tinha guardado quase todos os museus ou exposições para ver com ele, por isso foi interessante visitar o Bairro Judeu pela primeira vez e regressar ao Castelo após quase 3 anos. Foram dois dias de sorte: não choveu, esteve uma temperatura quase tropical e apanhámos o último dia em que as mais importantes partes do Castelo estavam abertas antes de encerrar durante um ano para trabalhos de recuperação. E no fim daquela visita ainda tivemos a oportunidade de gozar uma feirinha de vinhos na encosta, onde desgustámos umas quantas provas deitados na relva, com Praga espraiando-se aos nossos pés.

Não é sem uma certa nostalgia que escrevo estes parágrafos. Foram dias inesquecíveis! E quando os momentos por cá se revelarem mais difíceis posso sempre evocar as memórias com um sorriso na cara. Ou então reler uns certos e determinados post-its.

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1 Response to "Boas vis(i)tas"

  1. Anónimo Says:
    12 de agosto de 2010 às 17:25

    Esse tal e seu primo tem uma deficiencia num olho...ou será que é generalizada? Será que o dio estágio de oftalmologia faria-lhe algo de bom? Ou apenas duas putas naquela cara são a solução?

    Já tinha sauades do seu escrever. Perdão pela ausência.

    O seu eterno,
    FL

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