The quest for the Holy Hans

Com o aproximar do fim-de-semana da Páscoa as pessoas começaram velozmente a debandar de Hostivař rumo aos seus países de origem, deixando para trás um verdadeiro deserto e comida a apodrecer no frigorífico. Perante este cenário, decidi aceitar a proposta do John e ir pedir directamente contas a esse tal de Hans que ainda não se tinha atravessado no meu caminho (há que salientar que ainda não tinha conhecido nenhum austríaco). Para além de que Budapeste não tinha sido fenomenal enquanto excursãozinha e havia portanto que vingar o meu entusiasmo turístico.

Lá fomos nós para Viena. Ah, Viena. Pela terceira vez tenho a certeza de que adoro aquela cidade e aquele país. E, embora fosse um destino "repetido", ainda foram algumas as aventuras e desventuras. Tomámos muitas refeições no restaurante Centimeter, que vendia petiscos e cerveja a metro, servia umas peculiares espetadas enfiadas num longo sabre e empregava cozinheiros aficionados do acto de fritar todo o tipo de alimentos. No parque de diversões de Prater (uma versão sofisticada da antiga Feira Popular de LIsboa) o John investiu 25€ no arremesso de 25 bolas para derrubar uma inocente pirâmide de 6 latas enquanto eu roía pacificamente 1€ em deliciosas pipocas. Na manhã seguinte foi a minha vez de esbanjar 4,5€ na visita do velho consultório do Prof. Dr. Sigmund Freud, onde praticamente apenas existe a tabuleta com o seu nome, um livro com algumas fotografias com a decoração orginal do gabinete e ainda um falo em terracota. Indubitavelmente simplista, numa inflacionadíssima relação preço/qualidade. E no palácio de Schönbrunn o John tirou muitas fotografias com a sua máquina super hiper megazord, enquanto eu visitei a feirinha de Páscoa, terminei o meu livro e lhe tirei muitas fotografias com o meu chaveco de máquina, simplesmente porque eu e as abelhinhas já tínhamos tido tempo de pôr toda a conversa em dia.

E lá viemos nós de Viena, atribuladamente. Tivemos alguma dificuldade em encontrar o autocarro porque (1) ele chegou atrasado e (2) a paragem fica num beco não assinalado de todo. Mudámos de autocarro em Brno (outra cidade checa), onde passámos a nossa escala de 4 horas enfiados num restaurante de kebab manhoso que era o único estabelecimento respeitável aberto até às 3h, e, após termos sido rejeitados em 3 autocarros porque misteriosamente não constávamos da lista de passageiros, finalmente adormecemos atordoados pelo complicado enredo de um filme pseudo-erótico checo, que envolvia mulheres nada curvilíneas semi-despidas, muitos gansos e um senhor badocha fantasiado de anjo a emergir de uma piscina. Senti falta da mestria do Sr Kusturika.

À chegada, por entre as remelas da noite mal dormida num assento rijo, cruzei-me ainda com uma curiosa publicidade a sofás reclináveis. Resultaria em Portugal?





                                                                  (O John e o seu amor)

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