A peste vai a Peste e arma-se em Buda pelo caminho

Este fim-de-semana foi passado em Budapeste. Gostei de regressar àquela capital, de revisitar os principais locais turísticos, de comer bem pagando pouco (embora dar cerca de 2000 "dinheiros" por refeição seja, à partida, um pouco assustador e tipo Monopólio) e de conviver com algumas das minhas mais recentes amizades: a Núria (de Mallorca), o John (de Londres) e o Andrea (da Sardenha).

Aconteceu um fenómeno interessante com todos nós: passámos o tempo a comparar aquela cidade com a nossa adorada Praga, que concordámos ser mais bonita e encantadora. Mas gastámos horas a tirar fotografias e a maravilhar-nos com o Parlamento, o castelo, os vastos parques, etc. As duas noites também foram engraçadas: jantámos juntos, em constante galhofa, e depois fomos sair para o Instant - um disco-pub que consegue conjugar elementos da Fábrica do Braço de Prata e ainda ter um toque próprio de loucura. Consiste num pequeno prédio com pátio interior cujos apartamentos não têm portas e estão convertidos num grande espaço de iluminação feérica, com um dos melhores ambientes que alguma vez encontrei numa saída à noite. E por fim íamos passar a noite a casa da Valéria, a húngara do nosso corredor de Hostivař que gentilmente nos cedeu o seu apartamento. Curiosamente a mãe dela estava também por lá e não encontrava nenhum obstáculo a entrar no quarto enquanto dormíamos ou nos vestíamos. E tudo isto sem pronunciar uma palavra em inglês, apenas em húngaro, e muitas. Que stress!


Ainda assim foram dias difíceis, houve muitos conflitos interiores e exteriores para gerir. Assumo que a certa altura foi difícil lidar com obsessões pelo dinheiro gasto, locais a visitar e caminhos a seguir, com barreiras linguísticas gigantes sempre atravessadas no caminho. Foi incrivelmente difícil passar TRÊS dias sem dizer uma palavra em português! E, da mesma forma, sentia que ninguém se aproximava culturalmente da minha forma de ver e de sentir as coisas, o que levou a algumas frustrações. Mas enfim, o que não nos mata só nos faz mais fortes.


E ao fim de uma viagem de 8 horas que envolveu alguns problemas eléctricos do autocarro, foi muito confortável chegar a Praga e sentir que a língua já não é assim tão estranha e que, ao fim ao cabo, estava em casa outra vez. O que me leva a questionar-me como será chegar a Portugal daqui a duas semanas.

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