Portugal português
Há uns bons aninhos a TVI transmitia aos domingos, após o telejornal da tarde, um programa etnográfico chamado 'Portugal português'. Sempre lhe tive um ódio medonho porque sinalizava o fim do fim-de-semana e me lembrava que a procrastinação daqueles diazinhos mágicos tinha então um ponto final e havia que estudar ou fazer os trabalhos de casa. Muitas vezes tive vontade de esganar o galo de Barcelos rodopiante que aparecia no genérico. Tantos filmes de domingo à tarde que ficaram por ver...
Anos volvidos e o ódio aos domingos prevalece, embora já não tome a forma de um programa televisivo. São aqueles dias enganadores e inúteis, em que não apetece fazer nada porque na verdade há que deitar cedo visto que o dia seguinte é outra vez dia útil. Aqui na residência o espírito é muito peculiar. Damos por nós todos remelosos, em verdadeiros andrajos ou de pijama, com olheiras até aos joelhos, com desespero tatuado na cara e sem nada de construtivo para dizer.
É nestes dias que gosto de ascender ao 8º andar para jantar com os meus conterrâneos Mário, Vítor e João. São três estudantes de Geografia em Coimbra e são praticamente as únicas pessoas com quem falo em português aqui na República Checa. Os domingos são salvos pelo arroz à valenciana, pela carbonara, pelos bifinhos com cogumelos e arroz, pelo cachecol de Portugal pendurado sobre a janela e pela troca da ocasional "caralhada". (Desculpa, mãezinha!)
Não há nada como o nosso bom Portugal português, c*r*lh*! (DESCULPA MÃEZINHA!)
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