Aqui vou ser (moderadamente) feliz

Hoje sim, sinto-me uma estudante de Erasmus. Carreguei dolorosamente 35 kg de bagagem pelas ruas ainda nevadas de Praga, fui recebida na recepção da residência de estudantes por uma senhora que em inglês sabe apenas pedir o passaporte e 6100 Kč (coroas checas) e desconhece o conceito de empatia, improvisei ferramentas para reparar mobiliário do tempo do comunismo checoslovaco e descobri que há mais superfícies estranhamente peganhentas no meu quarto 353 do que eu gostaria de pensar.
 
Ao contrário do que inicialmente pensei, o meu quarto até não é mau de todo. Estou aparentemente emparelhada com uma rapariga francesa, temos WC dentro do quarto, uma ENORME janela com uma vista ampla e um aquecimento sobrefuncionante. Por vizinhos temos duas búlgaras ligeiramente histéricas, uma polaca muito simpática, um italiano gay (como não poderia deixar de ser) e um inglês seboso. No entanto, as minhas primeiras impressões têm a curiosa característica de estar invariavelmente erradas. Apreciação global do alojamento: nada mau, mas ligeiramente inóspito e TÃO longe de tudo…

 
O fim da tarde foi reservado para um passeiozinho pela parte velha da cidade. Tinha dois mapas e ainda assim consegui perder-me, claro. A certa altura dei por mim na praça central, de lágrima no olho, boquiaberta com a beleza dos pináculos da igreja de Nossa Senhora em frente a Týn e do relógio astronómico. E isto fez sentido. E agora aqui me encontro num barzinho irlandês, acompanhada de uma deliciosa Guinness e com um saboroso hambúrguer na barriga – porque há coisas que simplesmente merecem ser celebradas.



[Morada da residência: Kolej Hostivar, room 353
                                    102 23, Praha 10, Weilova 2
                                    Czech Republic]

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2 Response to "Aqui vou ser (moderadamente) feliz"

  1. Anónimo Says:
    8 de março de 2010 às 01:58

    O que é um blog sem comentários de origem dubia e de conteúdo manhoso? Talvez um chiffon sem cremunça por cima, ou um pão com azeitonas do Pingo Doce mas SEM azeitonas..

    Quanto ao alojamento. Vejo que agora compreendes o enorme problema de sentirmos que NÃO podemos andar descalços na casa que habitamos com medo de no mínimo arranjarmos um fungo como melhor amigo.
    Trata dos conhecimentos femininos....nunca sabe o jeito que podem dar!

    Cumprimentos,

    FL

  2. lukasz Says:
    9 de março de 2010 às 16:21

    Dear God - it's all in portuguese!
    How am I supposed to read this:P?

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